set 10, 2014 Trânsito Comentários desativados em BRT ou faixa exclusiva: qual opção permite mais ganhos aos usuários?
A capital paranaense foi a responsável pelo primeiro sistema BRT a entrar em operação, revolucionando a mobilidade da cidade na década de 1970. Foto: Luiz Costa[/caption]
Até 8 mil passageiros por hora, a faixa exclusiva é um bom modelo e, acima disso, o BRT é o recomendado
Entre as medidas tomadas para tornar mais ágil e eficaz o transporte coletivo estão o BRT e a faixa exclusiva para ônibus. O BRT, sigla para Bus Rapid Transit, ou Transporte Rápido por Ônibus, é um sistema que proporciona rapidez e opera por uma pista exclusiva. A faixa exclusiva, por outro lado, é apenas uma delimitação de espaço para circulação exclusiva do transporte coletivo dentro das faixas de tráfego. A partir da análise de aspectos dos dois modelos é possível avaliar qual opção se adequa melhor às características locais.
De acordo com a engenheira de transportes e professora da Escola Politécnica da UFRJ Eva Vider, a escolha entre os dois sistemas exige uma análise minuciosa da mobilidade da cidade, já que ambos são eficientes se utilizados no contexto correto. “A demanda de viagens por hora é que define a oferta necessária, ou seja, a capacidade de transporte que a tecnologia precisará ter. Entre 8 mil e 20 mil passageiros por hora para a rota, o BRT é uma ótima opção tecnológica de transporte de média e alta capacidade. Até 8 mil passageiros por hora, a faixa exclusiva é um bom exemplo de disciplina do uso das vias, pois aumenta a velocidade operacional e diminui otempo de viagem”, esclarece.
Alguns exemplos de cidades onde esses sistemas foram implantados com sucesso são Curitiba e São Paulo. A capital paranaense foi a responsável pelo primeiro sistema BRT a entrar em operação, revolucionando a mobilidade da cidade, na década de 1970. Atualmente, Curitibaconta com 81 quilômetros, distribuídos em seis corredores exclusivos, que transportam 700 mil passageiros por dia, através do sistema. O BRT curitibano, conhecido como Expresso, possui eixos integrados. O sistema é complementado por linhas alimentadoras, linhas diretas(ligeirinhos) e troncais que formam a rede integrada de transporte que atende com tarifa única, Curitiba e 13 municípios vizinhos.
Já em São Paulo, as faixas exclusivas reduzem, em média, 38 minutos por dia o tempo de viagem de quem usa o transporte público, de acordo com estudo realizado pela Companhia de Engenharia e Tráfego de São Paulo (CET). Inicialmente, este número pode parecer pequeno, no entanto, o tempo total economizado em deslocamento chega a 1,9 milhões de horas por dia, considerado o número total de passageiros, tempo que pode ser melhor aproveitado e que gera implicações econômicas e sociais. A velocidade média nas faixas exclusivas indica um aumento de 45,1 % nelas. O estudo leva em consideração um universo de 291 Km de faixas implantadas e comprova que a velocidade aumentou de 14,2 para 20,6 Km/h.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é o custo de implementação e manutenção, que é mais alto para o BRT. “O custo é maior do que a de uma faixa exclusiva porque requer uma maior largura de via para a circulação, além de estações que permitam o pré-pagamento e o embarque em nível em veículos devidamente adaptados para este tipo de operação”, explica Paulo Rogério Monteiro, mestre em Engenharia de Transportes e consultor em Engenharia de Trânsito e Transportes.
O especialista em gestão de trânsito da Perkons, Luiz Gustavo Campos, ressalta a importância de identificar não só a demanda atual do transporte, como também a demanda futura, para que não seja implementado um sistema que não atenda a demanda desejada, nem outro onde a capacidade e os custos de manutenção sejam inapropriadamente maiores do que a necessidade da cidade. “Independente de BRT ou faixa exclusiva, o transporte coletivo deve ser atrativo e de qualidade. Isso inclui oferta de ônibus com frequência para que não haja superlotação, possibilidade de integração, pontualidade nos horários, mobiliário urbano adequado e informações ao usuário”, resume o especialista.
Motoristas devem respeitar faixas exclusivas
Um dos grandes desafios encontrados nas cidades que implementaram o sistema de faixas exclusivas para o transporte coletivo é o desrespeito dos motoristas dos demais veículos. Na opinião de Paulo Rogério Monteiro, os usuários de automóveis ainda não estão prontos para a redução dos espaços para a circulação individual e, por isso, tentarão sempre burlar a regulamentação da operação de faixas exclusivas. “Deve-se orientar sobre os benefícios com a melhoria do desempenho dos modos coletivos e, de forma clara e transparente, fiscalizar a utilização correta destes espaços específicos”, comenta.
Ainda assim, em São Paulo, a maioria dos paulistanos segue favorável à criação de faixas exclusivas de ônibus. De acordo com pesquisa Datafolha realizada em 2014 a taxa de apoio ao recurso é de 84%, enquanto o percentual dos que são contrários é 12%.
Para garantir bons resultados e permitir que as faixas exclusivas funcionem corretamente, deve haver fiscalização. “É uma maneira de educar os motoristas para que eles respeitem o espaço do transporte coletivo”, finaliza Eva.
nov 14, 2024 Comentários desativados em Novos radares em SP detectam uso de celular ao volante
out 15, 2024 Comentários desativados em Contran aprova pedágio free flow e estabelece novas regras
out 04, 2024 Comentários desativados em DNIT esclarece sobre transbordo de carga excedente
set 25, 2024 Comentários desativados em Uso do celular ao volante é uma das infrações mais cometidas em SP
set 18, 2024 Comentários desativados em Semana Nacional de Trânsito: Detran-SP reforça fiscalização
nov 14, 2024 Comentários desativados em Novos radares em SP detectam uso de celular ao volante
nov 08, 2024 Comentários desativados em Falta de estepe é infração de trânsito? A PRF responde
nov 05, 2024 Comentários desativados em Dirigir sem habilitação: crime ou infração administrativa?
out 30, 2024 Comentários desativados em Novo exame na renovação da CNH? Entenda o que pode mudar!